Se és 1080, eu sou 240
Cronista: Pedro Santos |
Agora,
não teimem em apresentar breguilhas abertas à espera de prazer oral, aos meninos
das Bravos, Teen-Qualquer Coisa, e numa galáxia infelizmente não tao distante,
das Blitzs e Metal Hammers deste mundo, que há quem não nasceu para o bonito e
fácil.
Não
me insiram nessa realidade e não tentem interligar a minha e a tua. Pelo menos
não enquanto o vosso clímax não for atingido ao som daquela guitarra suja e da
voz podre a soar a tubo de escape de mota velha. Porque é nesse mundo que me
insiro.
E a
quem neste meu mundo pertence, não lhes peçam o rabo, nem neste cuspam e teimem
com lubrificante, de modo a ficar apresentável, anti-aderente e convidativo ao
orgão já levantado pelo novo clip do Bruno Mars, ou pelo som daquele assim para
o “modernaço”, seja comercial, seja pseudo-alternativo, única sonoridade ao
qual se prazeriam manualmente os críticos gratuitos, que na vida toda só
mantiveram o pau duro durante música em 1080p.
Enquanto
fores única e exclusivamente um Bon Jovi, um Bruce Springsteen ou até mesmo
um Jack White, e, mais dentro da minha família, os Bring me to the Horizons,
Triviums e Killswitch Engages deste mundo, vou berrar, sujar, vomitar e
apodrecer tudo o que para ti é considerado musicalidade. E vou gostar. Vou
saborear cada gota de suor que me toque nos lábios e vou aproveitar cada dedo
do meio levantado como resposta a olhares condescendentes e “Sabe-Tudos” que
não sabem que nada sabem. Porque no universo do 1080p, apenas existe uma forma
de tocar. No meu universo, rezamos ao altar do Mau, do Porco e do Feio e
aceitamos a imundice como um instrumento em si
E
quem se sentir ultrajado por serem ignorados os cânones estabelecidos das suas
(M)en(T)es (V), e necessitarem ser benzidos com cotonete, rogando pragas e
veneno, só p’ra eles venenoso, à nossa vontade de seguir as pegadas lamacentas dos
Lemmys, Iggy Pops e outros “porcalhões” deste
mundo, cuspam-lhes o escarro preto, que
a partir do momento em que o cão desdentado e descabelado é atiçado, tem todo a
razão em ser cuspido.
De
headphones a vibrarem a tua individualidade, caminha e deixem-lhes olhar a tua
traseira impenetrável, deixa sair o sorriso, ao reparares na sua dificuldade em
sentar-se.
No
palco, venera a tua incapacidade de ser o menino bonito em 1080p, evoca o
espírito que comanda isto tudo e o tal sorriso, com os dentes todos, há de deixar as bocas dormentes esconderem-se
na sombra para limpar os restos de esperma dourado, queimadas, afugentadas pela
blasfémia com que te encaram e ainda sem perceber o porquê do seu intestino
grosso estar ligado à fala.
Usa o 240p como veste, e não a laves, deixa-a
suja, se é assim que gostas. Sei que é assim que eu gosto.
Cronica: Pedro Santos
Muito Bom ;)
ResponderEliminarIsto sim é saber escrever. Sem paneleirices!
ResponderEliminarMuito bom mesmo ,isto e um bom grito nas orelhas dos musicos que nao sabem ouvir mas que mesmo assim acham que teem ouvido
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